quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Guararapes Varadouro (hanno afegano)

nao teve jeito de eu descobrir como se coloca musicas aqui, entao, para escutar a musica do amigo secreto, basta ir no myspace do guararapes varadouro. a musica se chama hanno afegano e esta misturada entre perolas do GV.


informo tambem que essa musica ja chega com duas premiaçoes a tira colo: na festinha para entrega do amigo secreto tirou 1° lugar na categoria presente mais original e 3° lugar na categoria melhor presente. premio é premio...

fico devendo ainda a primeira musica. todo mundo aqui de casa ta viajando entao fica pra 2010!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Roma (parte II)

Esqueci de dizer: domingo tinha nos planos ir à roda de capoeira do grupo Sao Bento Pequeno (grupo de capoeira angola do qual eu faço parte e que tem sede em Roma e em Olinda). Assim sai de casa com a camisa do grupo na bolsa. Tinha visto na internet, ainda em Torino, que a roda acontecia todo domingo no forte prenestina. O problema è que chegando em Roma ninguém sabia me dizer onde era o tal forte. Domingo, no vaticano descobri que o forte era do outro lado da cidade, num local que nem aparecia no meu mapa. Teria que pegar o metro e depois um ônibus, assim a camisa não saiu da bolsa e pensei que so voltaria a vesti-la em Olinda.

O dia da minha volta seria quinta. Pegaria a mesma carona com Giada fazendo o mesmo intinerario de retorno. Assim seguiram os dias: andando que so a miséria e tomando uma cerveja ou outra com Tomas e Michela (sua namorada), alguns amigos dela e algumas pessoas que ia conhecendo na rua. Na quarta, que pensava que seria meu ultimo dia em Roma, minhas pernas já estavam um lixo, mas inventei de ir as catacumbas de S. Calisto. Peguei um caminho errado e tive que andar mais ainda. Quando chego descubro que ta fechado. As catacumbas não abrem na quarta. Onde já se viu disso? Catacumba não abrir na quarta? Tentei a sorte e andei um pouco mais à frente nas catacumbas de S. Sebastiao. Também fechada. A essa altura minhas pernas não serviam mais pra nada. Assim resolvi voltar pro centro de ônibus e passar o resto do dia tomando cerveja em algum parque. Pra minha sorte conheço Suzanne na parada de ônibus, uma polaca que estava na mesma situação que eu: deu com a porta na cara nas catacumbas, partiria de Roma no outro dia e estava com as pernas imprestáveis. Assim arrumo uma ótima companhia pra cerveja, que afinal não foi no parque, mas numa mureta de uma escadaria que dava vista pro fórum romano.


Tomas, Michela e Vitor

Quarta de noite Giada me liga e avisa que o retorno foi adiado para sexta de manha. Assim ganho mais um diazinho, e começo a pensar em qualquer coisa que se possa fazer sem ter que andar ou ficar em pe.

A noite conheço Domitille, uma amiga de Michela simpaticíssima, que no fim da noite me empresta sua bicicleta resolvendo assim meu problema de caminhar!!

A quinta começa mal. Me apronto todo para rodar de bicicleta, mas fico preso por dentro no apartamento de Tomas. Por sorte, a vizinha da frente estava saindo e escuta o barulho da chave e para pra me ajudar. Jogo a chave por debaixo da porta e ela consegue abrir por fora. Era uma velhinha de menos de 1,5m com um sorriso simpático na cara. Me conta que essas portas velhas são horríveis e que ela também já tinha ficado presa na casa dela. Enfim saiu. Ainda não tinha entrado no Coliseu porque no dia que pretendia ir choveu e assim fui adiando e acabei sem entrar. Não entrei ate agora e não seria hoje, que estou de bicicleta, que entraria. Passo o dia rodando e as 6h, como combinado, vou ao trabalho de Domitille para lhe devolver a bicicleta. Quando chego ela estava de partida para um concerto em homenagem a Mercedes Sosa. Devolvo a bicicleta, que fica no estacionamento, e vou com ela ao concerto. No concerto conheço uma colombiana, que não lembro o nome, que me leva a uma festinha latino-americana. O lugar era um inferninho: apertadinho, quente e com um grupo afinado que so tocava ritmos latinos. Nesse lugar conheço Monia, que pela maior das coincidências faz capoeira no grupo São Bento Pequeno de Roma. Assim resolvi dispensar a carona de volta com Giada e so voltar pra casa de trem domingo de noite depois da roda. Resolvi também mudar de casa. Nesses 3 dias me mudei para casa de Monia (não que na casa de Tomas tivesse qualquer problema. Estava ótimo. Me mudei apenas para mudar de ares, conhecer gente e aguçar o sentimento de aventura e liberdade da viagem. Outra coisa também è que visita que vem pra passar 4 dias e acaba ficando 9 quase sempre è receita de inconveniência).

Uma coisa rara, pelo menos por onde tenho andado, è uma casa que tenha liquidificador. Assim resolvo fazer a receita de macaxeira gratinada da mãe de Sávio como modo de agradecer a hospitalidade do pessoal da casa, que são 4: Monia, Cristina, Enzo e Luigi. Sávio fez uma vez essa receita em Angola e ficou boa de cair os dentes!! A ideia era fazer o jantar de sábado, assim sábado de manha vou no mercado e compro tudo que é preciso (mas não acho nem charque nem carne de sol e compro qualquer uma). Sábado a noite volto pra casa tarde e encontro Cristina e Enzo verdes de fome de tanto esperar, mas a macaxeira fica adiada para domingo.


casa de Monia

Domingo chego do mercado di porta pertese, onde acho varias coisas usadas e uteis a 1 euro e me ponho a cozinhar. 3 horas depois e totalmente arrependido dessa idéia, termino o bendito prato. A essa altura já esta na hora de ir pra roda. Assim sigo com Monia e deixo a travessa esperando no forno. A sede do grupo fica no forte prenestino, um antigo forte que agora é um centro social autogerido (se escreve assim?) e que abriga varias atividades e associaçoes. Infelizmente o Mestre Rogerio estava doente e nao estava presente naquele domingo, um azar tremendo. Eu tambem nao me fiz saber quei ria estar presente naquela ocasiao. Mas de qualquer forma, o grupo Sao Bento Pequeno de Roma è otimo. A roda foi bela e nao fazia feio frente a olindense. O problema è que, como de costume, quando chega alguem de fora na roda todos querem jogar com essa pessoa, mas depois de 5 minutos ja estava morto, mas correu tudo bem. Ainda bem que a tecnica nao foi embora tao rapidamente quanto o meu condicionamento fisico.


Grupo Sao Bento Pequeno de Roma (quando lembrei da foto 1/3 ja tinha ido embora)

Depois da roda, com a macaxeira gratinada esperando no forno, todos fomos a casa de Monia e fizemos uma farrinha. Farrinha rapida porque a roda acabou às 20h e 22:50h meu trem partia da estaçao.


Roma

Agradecimentos:

- A Giada e Silvia, pela carona e companhia na viagem.

- A Tomas, por me receber de forma tão carinhosa, pelo zelo e pelo esforço para que me sentisse sempre a vontade.

- A Michela, por apresentar ótimas choperias e por me dar de presente um material sobre a via francigena que estava procurando já fazia algum tempo e não encontrava em canto nehum.

- A Domitille, por me emprestar sua bicicleta e me indicar (e me levar à) ótimos lugares.

- A Suzanne, pelo tempo tranqüilo e lento regado a cerveja.

- A Colombiana que não lembro o nome, pelo convite ao inferninho latino-americano

- A Monia, por ter aberto sua casa pra mim, por ter me feito ficar mais 3 dias, pelos vinhos e cervejas e por ter me levado a roda do são bento pequeno.

- A Cristina, Enzo e Luigi, pela hospitalidade.

- A Alma, pela carona a estação sem a qual provavelmente teria perdido o trem de retorno.

-Ao grupo São Bento Pequeno de Roma, pela recepção e vadiagem.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Roma (parte I)

A ideia dessa viagem a Roma se inicia com o “no Berlusconi Day”, uma grande manifestação contra Berlusconi no sábado dia 5 em Roma. Ônibus estavam se organizando por toda a Itália para ir a esta manifestação e segundo os primeiros boatos que ouvi eram muito baratos porque contavam com incentivos de partidos de esquerda. Outra coisa é que, aindo no Brasil, encontrei meu professor Tomas Lapa no consulado italiano. Ele, como eu, estava tirando o visto para fazer, no seu caso,um pos-doutorado em Roma. assim trocamos emails e na ocasião da viagem, entrei em contato com ele e arrumei assim onde me hospedar nesse tempo, que ainda não sabia quanto, porque o ônibus chegaria a Roma de manha e retornaria de noite, entao so pegaria o ônibus na ida e a principio pensei em passar 3 a 4 dias retornando depois de trem.

A informação que tinha sobre o ônibus è que custava 5 euros ida e volto, que depois subiu pra 25 e que finalmente descobri que na realidade era 40 se o ônibus lotasse. No mesmo sábado (dia 5) 2 amigas, Giada e Silvia, partiriam para o sul de carro, passando mais ou menos perto de Roma. Assim resolvi pegar a carona e termina o caminho de trem, conseguindo pegar ainda o fim da manifestação. Durante a viagem durmo, como de costume e acordo em qualquer lugar da toscana. A paisagem era fria com o céu cinza, neblina e neve (que vejo pela primeira vez). Tiro a maquina da bolsa pra registrar minha primeira neve, mas antes de tirar qualquer foto, passamos por um túnel (mágico) e quando saimos do outro lado parecia outro mundo: céu azul, tempo claro, sol e o verde, amarelo e marrom da das arvores de outono.


Giada e Silvia

Elas me deixam em Terontola, mas o trem para Roma tinha partido a 5 minutos. Assim espero 2h pelo proximo na estação vazia. Chego a Roma um pouco antes das 8h e vou direto pra casa de Tomas. Pego o metro, que esta lotado com todo mundo voltando do no Berlusconi Day com bandeiras e apitos. assim vai embora o resto de esperança que tinha de pegar o finalzinho da manifestação.

Saiu do metro e minha primeira imagem em Roma, fora de estações, è o colosseo. Tomas mora vizinho a ele. Pego o mapinha que fiz no meu caderninho e chego sem problemas. A casa de tomas e pequeniniha, mas impecável. Tudo limpissimo e organizado e ele reforça essa minha primeira impressão dizendo que gostava de tudo no seu lugar. Penso logo que pode ser um problema, pois sou muito desorganizando, sobretudo no que diz respeito a organização da casa, mas no fim (acho que) não tivemos problemas quanto a isso mesmo eu chegando a guardar uma bicicleta na casa em um dos dias.

Assim jantamos e saímos para uma primeira apresentação da cidade. Tomas ficou meio chocado por eu não querer tomar banho, mas tudo bem (na frança ju cachinho me convenceu, o que não foi difícil, que tomar banho todos os dias não é bom. Assim to na media do dia sim dia não, pelo menos enquanto durar o frio).

Domingo de manha tenho nos planos de sair cedo para pegar a bençao do papa e passar o dia no vaticano. O plano não deu certo porque tomas resolvi vir comigo e assim la se foi um tempo tomando café e aproveitei assim para tomar banho. No fim tudo certo, chegamos bem a tempo de ouvir as ultimas palavras do papa (qualquer coisa em espanhol, depois em polaco e um buona domenica a tutti) e de brincar de onde esta o papa. Ele, o papa, esqueceu do principal que era avisar a todos que a capela sistina e os museus do vaticano são fechados no domingo. Assim, caminhada e porta fechada no final. Ainda na ida para o vaticano vi um ônibus que me lembrou o rio doce-cdu. Lotadissimo, mas nesse caso a situação è bem diversa porque era domingo e o ônibus estava lotado de turistas, mas ainda assim, uma visão que meteria medo a qualquer um que tenha passado algum tempo da vida dependo daquele maldito ônibus.


onde esta o papa?

Segunda-feira volto ao vaticano e pego 3h de fila para entrar na capela sistina e nos museus do vaticano. Tudo lotado e barulhento. Já entro morto de cansado de tanto esperar na fila. A capela sistina è o ápice do desconforto: lotadissima e barulhenta com flashs disparados exporadicamente enquanto uma mensagem de voz avisa que fotos são proibidas e guardas berram “no photos, no photos”. impossivel qualquer concentração e contemplação.

A 5 minutos a pe do tumulto do vaticano, atravesso o rio Tibre e entro numa igrejinha vazia onde enfim se pode encontrar um pouco de tranqüilidade. as igreja, lugares e monumentos menos “famosos e badalados” permitem uma maior aproximação. Há qualquer coisa de intimo, verdadeiro e palpável que falta ao ar dos lugares intupidos de gente. Se permitem ser olhadas de mais perto, sem pressa, sem flashs e sem empurrões. Se pode sentir seu cheiro de incenso, flores ou da água que respinga. Em uma dessas pequenas igrejas ouvi pela primeira vez um concerto de órgão e foi assustador como imaginava.

Outra coisa impossível em Roma è seguir qualquer intinerario pré-definido. Tem sempre alguma coisa que chama a atenção obrigando a desviar o caminho e de la outra coisa brilha e assim sempre se perde. Melhor entao não tentar se achar e seguir a deriva. (mesmo estando munido de um super-hiper-fera guia)

Enquanto estava em Roma, Gerardo, um amigo argentino, me liga para me lembrar do amigo secreto. Não fui para a festinha que fizemos para sortear os nomes entao descubro quem è o meu amigo secreto por telefone. Descubro também que tenho não posso comprar um presente (so em ultimo caso), ficou decidido que todos tem que fazer qualquer coisa, assim componho uma musica para meu amigo secreto (a segunda em italiano, a primeira conta a participação especialíssima de meus coinquilinos no violão e nos vocais, mas ainda não terminamos de gravar, quando ficar pronto posto aqui). A festa para entrega dos presentes é hoje (segunda) a noite, assim gravo no mp3 player muito rapidamente porque to lascado de coisas atrasadas pra fazer. Por isso também dividirei esse post de Roma em partes porque ta ficando muito longo e tenho alguns afazeres. Ate mais.

ps. posto depois a musica do amigo secreto que agora nao sei como postar aqui. depois tento descobrir.

ambarabà cici cocò

ola a todos. esse espaço ficou parado desde que todos retornamos de angola. assim resolvi torna-lo ativo de novo aqui da italia. nao pedi autorizaçao aos outros kambas pra isso, na certeza que nao se importarao, ate porque esse espaço continua aberto. aproveito para deixar um inclusive para P.C.Man, que tambem esta longe, pra voltar a dar vida ao "mama, kudile".
como sou o maior fuleiro em mandar noticias a quem quer que seja, retomo o blog na esperança de me fazer um pouquinho mais perto. esperemos que funcione...
tinha a intençao de adicionar o sub-titulo de ambarabà cici cocò, mas nao consegui ajeitar a formataçao de um modo que nao interferisse na imagem do blog que andre fez, assim fica sem.
Ja se passaram 3 meses e algumas coisas aconteceram. Por hora, inicio daqui pra frente, e se me animo qualquer dia escrevo qualquer coisa sobre a chegada e esses 3 meses sucessivos. Cheguei hoje (segunda) de uma viagem a Roma e assim inicio as postagens daqui (logo acima) enquanto as coisas ainda estao fresquinha na cabeça:

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Capítulo VII - O Capítulo Eterno


Dia 24 de Outubro de 2008.
Primeiro regresso ao Brasil.

Íamos, eu e andré, como quem volta da guerra.

Na despedida, Léo cortou meus cabelos.
Não cortou da maneira que eu mais gosto, mas cortou.

Vestido na minha jaqueta jeans, que foi do meu pai, subi na nave e segui rumo ao Brasil.

-Carne ou peixe, senhor?
-(...)
-Senhor, carne ou peixe?
-Peixe e uma garrafinha dessa de uísque, por favor!

Deu pra dormir boa parte da viagem.

Hora de pousar no Rio de Janeiro.
Descemos atordoados e direto ao freeshop
Antes, alguns telefonemas.

Mãe, cheguei!
Aline, cheguei!

Atordoados e nas compras, quase perdemos o vôo pro Recife.
Mas conseguimos ainda pegar o avião.
Alí eu já nem reclamava do balançado medonho.
Queria mesmo era chegar em casa.

André sempre se fazendo por perto.

Quem nos espera no aeroporto do Recife são as melhores pessoas do mundo.

-Olha o cabelo dele!
-hehehe

Pablo, Adriane e Pedro.
Nem esperava que eles fossem, mas estavam ali.

Meu irmão, minha mãe.
Direto pra casa que tem pizza.

O que se segue são fatos que merecem outro tipo de abordagem.

Aprendi tanto com cada um desses fatos e vi minhas relaçãoes com pessoas se transformarem demais.
E tudo interligado.

-Anestesia? Deixa de ser mole!
-(...)

Teve que ser sem anestesia mesmo!

Até Fortaleza, na viagem mais incrível, foi tudo mais incrível ainda.
Os motivos de sempre pra viajar.

Ver um ponto de fuga seguro é que não era de se esperar.
Aconteceu!

-Relaxe aí!
-(...)

Hoje é vespera de viagem ao Brasil.
Passou voando e de vez em quando se arrastando.

Quero mesmo ir ao encontro da dela.
Pode ser que esse encontro só se dê no infinito que é onde moram algumas fugas. 
Mas no momento é lá que eu vou.

(...)

Já era hora de voltar pra Angola.
E voltar foi como rever um filme...

Agora eu já era um daqueles que entram e procuram seus lugares no avião enquanto esperam pelo jantar mixuruca.
Dava pra ver também quem era novato.

As condições que estamos aqui fizeram com que nossa permanência em África ficasse impraticável.

O natal foi inesquecível pelo fato de ser uma história pra contar em mesa de bar e pros filhos antes de dormir.
Não sei o quanto vou aumentear a história, mas já passei um reveillon na África!!!

Isso já foi pesado demais e ainda passar o carnaval aqui.
Não mesmo.

Como animais acuados: bater em retirada!

Um por um...

Romildo...Sávio...Vitor...Estevão...

Cada cá deixando seu vazio

Amanhã eu e andré...

Não sei como será hoje a noite aqui em casa.
Temos um varal na sala pra desmontar.
Parece que o show de Truman chegou ao fim.
Mas não parece o fim

Nem será...

Isso tudo é eterno!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mamã, olha eu tenho novos irmãos!!!

-mamã,
-me sinto tão bem,
-será que estou completo?
-posso estar
-mas quando quero brincar não tenho companhia.
[eu tinha poucos anos de vida]
talvez 25.
-mamã
-quero companhia pra brincar.
-para sorrir comigo e preu cuidar.
-mamã,
-eu quero eu quero eu quero.
quero agosto,
ver crescer na mamã áfrica
cada dia bem cuidado
cada dia bem amparado e bem animado
quero setembro de eleições sobre o que fazer com companhia.
andar pelas ruas de mãos dadas.
de passos iniciantes no solo.
quero outubro de volta para um mundo que parace tão familiar.
uma, duas, três voltas e nos reencontramos.
quero novembro de volta as brincadeiras antigas.
aos cuidados.
quero dezembro de natal em natal
de me virar de um ano para o outro.
de entrosamento.
quero janeiro de dificuldade e de olhares e união.
mamã não aguenta mais e o parto precisa se dar.
entra fevereiro e nascem irmãos.
irmãos mais surpreendentes.
achava que era apenas um feto.
de fato era só um.
uma irmandade que nasce depois de 7 meses.
parto prematuro ou premeditado?
partos individuais e coletivos
obrigado mamã pela companhia.




* dois dos irmãos

domingo, 1 de fevereiro de 2009

e quando ele saiu, de súbito, a música acabou. e demorou uma eternidade até a próxima começar. 
tempo suspenso, sentimentos entulhados na garganta. indizível. uma hora, uma semana, um ano. "me dê uma fração de segundos". imensurável. vazio. a próxima, "quanto tempo, pois é, quanto tempo". chico nao nos poupa. foi fazer a mala. será que volta? o cd acabou e ninguém troca. 

amor em qualquer fuso horário