quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ro-ti-na



Costumamos dormir tarde. Cada um vai desistindo de lutar contra o sono e vai se entregando,
recolhendo-se para o lugar mais íntimo, seus quartos.
A dormida não é difícil. Apagasse as luzes do dia, fecham-se os olhos e logo adormece.
O cansaço se encarrega do resto. Dormido algumas horas o corpo já relaxado teima em acordar
e iniciar o processo de espasmos. Ora pela posição do travesseiro,
ora pela coberta que sempre cobre mais uma parte, deixando outra descoberta, ora pelo frio,
ora para religar o ar.
A partir desse momento o tempo enlouquece.
Horas parecem minutos e piscadas parecem uma eternidade.
Daí em diante é deixar a cabeça guiar e o corpo relaxar no sono.
Alguns dias o sono é profundo. Outros não se dorme.
Quando se menos espera escutasse a porta do quarto abrir. Já sei que é Estevão saindo do seu quarto para bater as nossas portas.
Primeiro na de PC, que responde quase sempre com um "Oi" empolgado querendo demostrar logo que está acordado e
poder dormir um pouco mais. É a vez da minha porta.
TOC,TOC:  - André!
Sempre respondido com a maior preguiça de todos. A vontade de continuar o sono, que parece ter sido tão pouco, é enorme.
A torcida para hoje a porta não me chamar somado a razão pedindo para levantar pois terei apenas quinze minutos de banheiro,
já que são cinco e quarenta e cinco, a van chegará as seis e quinze e PC está a dormir.
Sendo assim levanto e parto pro banheiro. Aquele olhar pro rosto amarrotado.
Vendo os sonhos acabarem e serem substituidos pelo iniciar do dia.
Uma chuveirada. Ao sair já vejo o Negão pronto preparando seu desjejum matinal.
Dias bolachas, dias iogurte, dias suco, dias sanduiche com geléia de amora.
Claro que nem imagino compartilhar a comida. Pois não dará tempo mesmo.
Então opto por comer no refeitório.
Mas antes disso ainda temos uma longa viagem diária a fazer.
no início duravam uns setenta e cinco minutos. Hoje duram entre duas e três horas.
Chegamos no Estaleiro de Chicala.
Uns vão logo tomar café. Outros preferem checar emails e ler jornais.
Indo tomar o "pequeno almoço" mais tarde.
Todos de volta a sala. O trabalho é iniciado.
Tendo interrupções apenas para fumar cigarros, tomar um ar, trocar algumas palavras, ir ao banheiro
[ora para escovar os dentes em coletivo, ora para outras necessidades].
Vai se aproximando do almoço, é perceptível o aumento no ritmo da produção.
Aí, uns escolhem almoçar e descansar no jango, outros conversar internamente e internacionalmente.
Mata-se a saudade, a canseira, a fome.
É quando todos almoçam que o trabalho retoma. Junto com a produção produção de café.
Uns doces, outros "amargos como a vida é".
Aos poucos o ritmo acelera. Quando se aproxima das seis.
Hora de fechar a budega, jantar e retornar a vanpara mais uma viagem mais cansativa ainda. Muitos dormem nessa hora.
Muitos se agitam. O zoológico acorda. Até chegarmos em casa. Arrumamos gás para qualquer atividade.
Caminhar, correr, capoeira, msn, livros, cozinha, bebidas, conversas e assim o sono vai chegando aos poucos grandes que somos.

RO-TI-NA

3 comentários:

{carol.maia} disse...

André, muito bonito o texto!! E muito bom saber como é o dia-a-dia de vocês por ai! Beijos

[adryana.rozendo] disse...

eita... oia savio ali na foto tmb...
todo todo

[adryana.rozendo] disse...

e o 'B' do Blog desceu pro balde da moça
hauhauhauhaua