
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Guararapes Varadouro

O Apito
No fim do carnaval do ano passado me dei conta que estava sem o meu apito. Aquele apito já vinha me acompanhando a, pelo menos, uns cinco carnavais e alguns e(n)(r)eas. Pensei que o tinha perdido, mas meses depois o encontrei pendurado no quarto de Savio. O safado tinha me roubado o apito. Assim, descarado como quem rouba um beijo e encontra-lo pendurado no seu quarto me alegrou muito.
No carnaval desse ano percebi que com o roubo de Sávio nasceu um gesto de poesia: a entrega do apito. Assim, antes de voltar pra casa, deixei meu apito pra Vanessa, que nos hospedou em sua linda casa em Veneza. A presenteei antes de subir no trem e naquele momento percebi como ele (o apito) me era intimo e simbólico. Dei o meu apito como quem dar um tesouro raro. Belo também porque Vanessa entendeu toda a carga afetiva que o apito carregava já que cansou de ouvi-lo gritar esses dias.
Espero que Sávio não tenha esquecido de pendurar o seu apito no pescoço nesse carnaval. Seria a coisa mais triste para aquele pobre instrumento ser esquecido em casa depois de esperar o ano inteiro pare ser soprado no carnaval.
veneza
provavelmente tudo isso mais um monte de coisas que não sei dizer e que talvez ninguém saiba.
agradecimentos:
a Serena por me pegar no aeroporto, por me receber em sua casa em (esqueci o nome da cidadezinha), pelas cervejas, spritz e alegria
aos pais e irma de Serena pela hospitalidade
a Vanessa por nos receber em sua casa em Veneza, pelos lugares secretos onde ela nos levou, pelas cervejas, spritz e alegria
a Veneza
madrid
Era segunda e Bia estava estudando. Vou dormir e quando acordo encontro Bia em frente ao computador exatamente como a vi antes de ir dormir. A única sutil diferença eram as olheras maiores.
Ora de ir pra rua. Não tive tempo de programar nem pesquisar nada do que queria ver em Madrid. A única coisa que lembrava era do caixa fórum de Jean nouvel com jardim de Patrick Blanc e chegando la ainda tinha um elefante equilibrista.
Na casa de Bia são 5: Bia, ... e o resto todo eu esqueci o nome, mas tem duas biólogas e um casal e segundo uma de suas companheiras de piso, Bia deve comer mais verduras e legumes e menos macarrão, mas ela não concorda com isso não!!
Bia é a pessoa mais ocupada que encontrei na europa. todo dia estuda ate não sei quando e de segunda pra terça, sempre, dorme so umas duas horas para entregar na terça de tarde o trabalho da semana. Azar o meu, que so tive a sua companhia no fim de semana. Assim passei a semana vagando pela cidade, aproveitando os horários de entradas gratuitas dos museus, tentando fazer amizade com quem ouvia falando inglês porque meu espanhol è definitivamente falido (entendia tudo, mas não conseguia falar nada) e jantando nos bares de tapas (que foi o que mais me agradou em Madrid. As tapas dos bares de Madrid fornecem uma alimentação variada e quiçá equilibrada. Me convenci que uma dieta baseada em cerveja e tapas è super saudável).
Domingo fui comer um paella com Bia. Depois de muito rodar a procura, achamos um lugar charmoso e barato. a paella estava ótima, mas a melhor comida que provei nesses seis meses ainda è a bochecha de porco que comi em Marseille. O menu incluía uma bebida e pedi um vinho despretensiosamente, pensando que viria uma taça, mas o garçom chega com uma garra. Como se bebe bem aqui... ainda troquei o café por um chupito!! Na vitrola jazz e la pelas tantas toca água de beber. Impressionante o quanto essa musica rodou o mundo pois em Vienna conheci uma japonesa que tocava piano numa banda no Japão e no repertorio tinha água de beber também.
Depois do almoço fui ao museu Del prado mas faltava ainda uma hora e meia pra o inicio do horário gratuito. Dormir na praça e quando faltava dez minutos para o horário gratuito dois policiais me acordam, os mais educados que já falaram comigo: - tudo bem? Posso ajudar em alguma coisa? – não, obrigado. To so esperando a hora do museu.
De Madrid vou diretamente pra Veneza. Me perco no aeroporto e por alguns minutos não perco o vôo.
Agradecimentos:
A Bia pela hospitalidade, pelos mapas e por gastar um pouquinho do seu precioso tempo comigo
Ao pessoal da casa de Bia pela hospitalidade
Aos dois policiais por me acordarem bem na horinha que o museo Del prado ia abrir e pela educação
A Rose (que è escocesa como o famoso faisão formoso) pelas cervejas, churros com chocolate, bar longe fechado e fim de noite com sushi
Aos californianos que não lembro o nome pelas cervejas e por terem deixado todas as tapas pra mim, já que eles já tinham jantado
Ao bares de tapas: econômicos, com comidinhas gostosas e chão sujo de guardanapos que mataram minha fome e minha sede nesses dias
A Picasso por ter existido
terça gorda
Quando aqui ja era quarta feira de cinzas e eu bebia vermuth com fernet branca, no Brasil ainda era oito e meia da noite da terça gorda. Ju cachinho tinha voltado de Olinda e se arrumava pra ir pra recife, mas nesse meio tempo me ligou pra dizer que viu minha foto atrás do estandarte do Guararapes Varadouro enquanto ela o seguia e seguia também o eu acho è pouco que, segundo P.C.man, pega carona na multidão que o Guararapes Varadouro arrasta pra desfilar aquele dragão que mais parece uma largatixa. Que alegria aquele telefonema...
Mas bem, o tema desse ano do Guararapes Varadouro foi Eu Sou Hebe: original gracinha style e eu fui o homenageado do ano, com direito a foto na parte de trás do estandarte como manda a tradição!! Que honra imensa!!
Hoje (quarta feira de cinzas) no fim do boizinho haverá também o fechamento do carnaval do Guararapes Varadouro com a tradicional entrega do estandarte, que também è uma grande homenagem do GV onde o escolhido tem que beber o caldinho do estandarte para leva-lo pra casa.