
Uma vez relutei e não queria ligar pra ele, mas no fim da noite, de um segundo domingo de um agosto qualquer, não resisti e fui ao orelhão:
-Alô?!
-Alô?!
-Benção, painho?!
-Deus te abençoe, Deus te faça feliz, Deus te proteja!
-Feliz dia dos pais!
...
-Alô?!
-Benção, painho?!
-Deus te abençoe, Deus te faça feliz, Deus te proteja!
-Feliz dia dos pais!
...
Naquele dia, quando desliguei o telefone, não consegui sair andando normalmente e chorei.
Dessa vez não tive mesmo como ligar. Era dia dez de agosto de dois mil e oito e eu estava no lugar mais longe que eu ou ele já tínhamos ido.
O filho dele estar ali, naquela ocasião, tendo tanta novidade na frente dos olhos, de certo pode ter sido o melhor presente pra ele e pra mim também!
Depois do pequeno almoço (é como eles chamam o café da manhã aqui), fomos para o hotel onde iríamos ficar hospedados até quarta-feira, dia em que conheceríamos enfim o nosso apartamento.
É muito difícil conseguir hospedagem por aqui, mas Wilman tem lá seus contatos. O hotel que ela desenrolou ficava num bairro pobre, próximo ao aeroporto e a um largo de terra batida que era margeado por um canal.
As pessoas comercializavam de tudo. Desde frutas e verduras de Benguela (uma província próxima), até aparelhos celulares da China.
Muitos andando pra lá e pra cá, alguns com muletas, e todos estes marcados pra sempre.
Não chegamos a caminhar junto deles. Eu me sentia fora de contexto enquanto a van nos levava naquele safári absurdo.
O que será que pensaram quando nos viram passar por ali?
Não expressaram nada!
Assim seguimos e fomos aos nossos quartos climatizados de hotel. Tomamos banho, descansamos um pouco e depois descemos para almoçar um almoço de um domingo dez de agosto de dois mil e oito. Lembrando meu pai, brindei por André.
4 comentários:
perdi até as palavras, se cuidem por ae seus xatonildos.
beijos a todos!!!!
cada dia é um dia. cada segundo é intenso.
cada saudade é extrema
Assim da ate saudade...
Se cuidem!!!
abraços...
Chega machuca ler essas tuas palavras...
Se cuidem!
Beijos
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