domingo, 7 de setembro de 2008

Capítulo III - Dia dos Pais



O segundo passo foi me dirigindo a um galpão onde pessoas se amontoavam em filas enormes para cumprir os protocolos documentais e entrar legalmente no país.

Depois disso seguimos até outra sala onde uma mulher recepcionava a maior das parte pessoas gritando: Odebrecht! Odebrecht!

Seu nome era Wilman. Simpática, comunicativa e com os cabelos pintados de loiro. Naquele domingo, ela seria a pessoas que nos acompanharia durante nossas primeiras impressões daquela cidade.

Do aeroporto, ela nos levou ao local onde iríamos trabalhar nos próximos meses. Pelo caminho, fui vendo, pela janela da van, a cara de Luanda. Uma cidade em reconstrução, ficando com aspecto agradável, mas ainda era possível ver algumas marcas. Feridas de uma guerra que parece ter ficado pra trás.

Pessoas pala cidade e nas pessoas um olhar diferente. Esses olhares não eram de raiva, ódio, nem de medo, nem de felicidade. Ainda não consegui entender o queriam dizer.

Seguindo adiante vi prédios inacabados, mas ocupados. Parece que alguém teve que abandonar rapidamente aquelas obras.

Possivelmente, após a guerra, as pessoas começaram a ocupá-los. Nas fachadas, varais e roupas coloridas. O vento balançava e o movimento coloria a cidade cinza.

Pessoas vendiam de tudo na rua. Não vi fome, nem doença na cara de ninguém.

Chegando ao local onde iríamos trabalhar, Wilman nos levou direto pro refeitório. Estávamos com fome. Sentamos todos à mesa, pegamos pão, queijo, presunto, suco de pêssego e comíamos em silêncio.

Levantei o copo e fizemos um brinde. Era dia dos pais.

7 comentários:

Ana Maria Pedroza disse...

recheio de emoção...
aroma de saudade...

sempre soube que tem coisa
que tem coisa que não se explica...

saudades dos moços...
e uma torcida grande pra que
aproveitem muito tudo que
fizerem por aí!

adorei o blog...textos e
imagens lindas de todos!

um brinde ao pai Dré!
muitos brindes a todos vocês!

beijo enorme, e um abraço bem
apertado, daquele que PC sabe
fazer melhor que ninguém!*

*mas não vão ficar pedindo abraço a PC que não pega lá muito bem....
já tem gente durmindinho junto por aí que eu tô ligada...

Unknown disse...

Sr. PC,
O "senhor" escreve muito bem. É emocionante ler seus escritos.

Mildo, estou com vontade de chorar...Pati já está chorando...
Sentimos muitas saudades do irmão nosso. Amamos.

Cuidem-se uns aos outros, que de longe cuidamos de vcs.
Beijos enormes do tamanho do Brasil.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
[adryana.rozendo] disse...

isso foi postado quando?!?!?...
bem... sei q assim q foi li... com o filhote no braço... e naum soube o q comentar... fiquei mei ... bem.. acho q vocês sabem... e me confortei em não comentar dizendo a mim mesma q com o pequeno no colo fica dificl pensar e ainda mais escrever...


...
é
ainda não sei o q comentar.

Daici disse...

Muito lindo o blog de vcs. O que significa mamã, Kudilê

[pc.silva] disse...

Mamã, Kudilê no dialeto Kibundo (um dos também falados aqui) quer dizer "Mamãe, não chora!"

dimitreze disse...

Show cara. Muito bem escrito. Me surpreendi.
Fora a historia que ta massa ate agora. :)