sábado, 22 de novembro de 2008
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
PELICANO 18_band of broathers

Romildão meu velho,
vc não sabe o quanto sinto de vc não estar lá mais com agente.
tudo muito doido.
não sabia como ia ser viver contigo numa mesma casa.
a convivência foi surpreendente pra mim.
falta du carai de tu visse, sei que vô sentir.
estevão muito introspectivo na primeira temporada. espero q saia mais do quarto.
pcmen, sempre divertido.
romildão sempre a disposição. sempre mesmo. até mesmo quando estava mal. sempre na sala. com seu computador na mesa, no balcão comendo queijos ou tomando alguma coisa, ou apenas no balcão já q passou um tempo de ouvido em baixa.
deitado na escada ou de pé dançando loucamente nas festas. nosso galo.
que todo dia se transformava, impedindo qualquer rotina chegasse a ele e a nós.
o pelicano 18 tem sua primeira baixa. e eu uma maior ainda.
não estava preparado pra despedidas. achava que seria o primeiro a pular do barco.
"voltar ou não voltar?"
uma questão q me busina o juizo sempre que penso nesse vazio que será nossa casa, nossa van, a sala de trabalho.
de recife pra angola o grande pintor dos muros vê sua hora de partir e dá um xau sem despedidas.
o último dos pelicanos.
abração cara.
virei teu fã.
saudade já.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
nas asas da palanca
"eu fui a lapa e perdi a viagem..."
voltando pro hotel, achei um barzinho na mem de sá: cabelos grisalhos, chopp, violão, pandeiro, tamborim e cuíca. quer mais o que? deu pra matar um pouquinho da saudade.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
75x15
os que vão, deixam uma saudade pertubadora
os que ficam, continuam em guerra, lutando por sanidade
merecidos 15 dias de cessar fogo
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Capítulo VI - Sete Freguesias

Vez por outra eu André nos cumprimentávamos felizes por mais uma aventura. Essa certamente era a maior de todas e com mais coisas em jogo também. Ele tem mulher e filho, uma família, e eu me seguro na coragem dele para estar aqui.
Não sei ao certo quando isso tomou essa proporção. Nem faz tanto tempo assim que nos conhecemos e já batemos as sete freguesias juntos.
O amigo pulguento agora me acompanhava no meu primeiro emprego de carteira assinada. E, para não ser normal, aquilo se passava na África onde nunca imaginamos ir.
Embora soubéssemos que tudo aquilo era novidade, foi só começar o trabalho que os dias pareceram se repetir. como um jogo dos sete erros.
Mas os “erros” faziam a gente diferenciar um dia do outro. Os detalhes começaram a se tornar mais valorizador por nós, enquanto os dias se sucediam sem muitas mudanças.
Acordar depois do alarme, enfrentar um trânsito caótico até o trabalho, tomar café, trabalhar, almoçar, jantar, ir para casa num trânsito igualmente caótico (ou pior), conversar sobre o dia que passou, beber um pouco e ir dormir. Era isso, em síntese.
Aos sábados trabalhamos menos e, consequentemente, bebemos mais, pois sobra tempo pra conversar sobre tudo.
Os domingos geralmente começam ao meio dia. Sonzinho ligado num volume baixo e na canção característica da nossa república:
“Qualé, mago? Tá com saudade da praia, né, nego?”
O mais estranho é que as coisas se repetem e ficou muito difícil acompanhar tudo. Nesse intervalo de tempo que estivemos aqui já aconteceu de tudo um pouco:
Fomos apresentados à república onde moramos. Dias depois me elegeram presidente dela (mãe, virei presidente da república!!!), festejamos o aniversário de Vitor, depois o de Estevão, conhecemos um cara, Moniz, que já teve o carro atacado por uma leoa (A Leoa!), tomamos banho no Atlântico pelo lado de cá das águas (só pra contar a história), melhoramos na cozinha, fomos a outra província com amigos angolanos, entramos numa confusão daquelas nesse lugar, comemos peixe à beira da estrada e nos tornamos bem mais amigos.
Isso tudo num piscar de olhos. Falta pouco tempo pra ir em casa.
Angola!
Essa freguesia ainda vai render história, meu véi!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Ro-ti-na

terça-feira, 30 de setembro de 2008
onde o vento faz a curva
Aqui no reino da alegria, continuamos torcendo pela alta do Dólar e temos cada vez mais certeza de que os ventos que sopram por aqui só trazem poeria: o kwanza segue inabalável com seus U$1,00 x Kz$ 75,00 e nem sisco de crise financeira.
Deus salve a palanca negra!
domingo, 28 de setembro de 2008
In Memoriam
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Capítulo V - Funji do Bombó

Ali brindamos com um bom vinho, sugestão do Sr. Eduardo, proprietário do Hotel Histórico onde ficamos. Éramos os primeiros hóspedes daquele hotel que nem tinha sido inaugurado ainda. Tudo bem arrumado nos quartos e pessoas simpáticas a atender.
Nos sentimos a vontade enquanto ali ficamos e aos poucos conhecíamos singularidades dessas terras de cá.
Domingo e segunda feira: nada de cérebro de macaco, buchada de hiena, rabada de antílope ou coisa parecida. Era feijão, arroz, macarrão e carne, tudo bem brasileiro e, no máximo, um bacalhau pra dar o toque do colonizador.
Nada de novo.
O cardápio trazia um monte de opções e preços variados. Ninguém sabia o valor de cada coisa, porque tudo estava em moeda local, o Kwanza. Mas comíamos.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, entre uma garfada e outra, eis que Alguém se inquieta e diz:
- Porra, a gente tá em Angola, comendo comida do Brasil?
- Caralho, é mermo...
- Vamos pedir comida daqui, moçada!
- Bora!
Esse era Romildo. Gente fina que ri de toda besteira que falo.
Lá ia ele investigar a culinária local:
- Moça, como é o seu nome?
- Diga?!
- Como você se chama?
- Ah! Katila.
- Katila, quais são os pratos típicos daqui de Angola?
Foram lguns minutos de conversa enquanto ela explicava o que era e como preparava cada coisa. A galinha cabidela era praticamente igual a nossa, apenas era preparada com ginguba (amendoim) triturada. Servia-se também ginguba torrada como tira gosto do fino (chope), mas o prato marcante seria outro:
- Katila, o que é Funji de Bombó?
- (...)
Ela explicando, parecia ser um pirão feito com massa de milho ou de mandioca. Resolvemos experimentar.
Ele foi o primeiro a se manifestar e dizer que gostou. Começava ali a conhecer essa figura chamada Romildo. Um entusiasta, uma pessoa tranqüila e de um humor refinado.
O grande lance é que o danado do Funji de Bombo não tem gosto de nada.
Não tem sal, nem tempero. É a massa, a água e o fogo pra ferver.
Na verdade, ninguém achou gostoso (até porque não tem lá tanto gosto), mas o simples fato de Romildo ter se aventurado a conhecer o tal do Funji de Bombó já me fez pensar diferente.
Estamos em outro lugar e não no mesmo de sempre. Aqui as coisas são parecidas, mas nunca iguais.
Ali me dei conta de como deveria observar, entender e respeitar tudo que de novo me aparecia. Comecei a entender o que aqueles olhares, aparentemente inexpressíveis lá do largo de terra batida queriam dizer.
Agora estava começando a conhecer Romildo, o cara que gosta de Funji de Bombó!
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Operação Candonga_V2
meu domingo (hoje) foi arretado. andre e vitu me acordaram chamando
pra gente ir numa feira de artesanato que tem aqui num bairro vizinho,
o benfica. eu obviamente topei de primeira. saimos nos tres pelas ruas
fantasmas de talatona tentando adivinhar onde pegariamos uma candonga
que nos levasse ao benfica. o lugar mais provavel de conseguirmos
transporte seria em frente ao shopping. e estavamos certos, porem nao
havia veiculo que nos levasse direto a feira de artesanato, teriamos
que pegar duas conduçoes, apesar de ser proximo de onde vivemos. dai
pegamos a primeiro carro, mas nao era uma candoga ainda nao. era um
carro pequeno tipo um clio, esse carro ia nos levar ao lugar onde
pegariamos a candonga, porem nocaminho conversei com o motorista e ele
topou nos levar direto para o destino desejado (a feira). La chegando,
que loucura, feira livre mesmo, barracas simples e precarias, abrigando
tesouros. os tecidos, as esculturas, os instrumentos musicais, cada coisa
linda e cheia de alma. Muito bom, muito bom mesmo. Porem se ja no
recife, minha terra, passo por gringo e todos querem ganhar mais e
muito em cima, imagine aqui onde realmente sou e inegavelmente sou
gringo. os preços eram altissimos tudo girava em torno de 3 vezes o
valor normalmente cobrado. nos tb nao estavamos interessados em
comprar nada hoje mesmo , tinhamos levado pouco dinheiro, pois nai
sabiamos como seria nosso dia. estavamos a fim de conhecer gente e
lugares nao de comprar. foi massa a feira, conhecemos altas figuras e
ate com mudos conversamos, heheheh. que povo é esse? de onde vem tanta
felicidade? tanta dança? tanta musica? uma populaçao de irungos... A
feira porem era pequena e em 1 hora ou 1 hora e meia ja tinhamos
saciado nossa fome daquele lugar. ai pegamos uma CANDONGA, pela
primeira vez, pra voltar pra casa. Vitao que é estigadissimo, lembrou:
"tive uma ideia. por que nao vamos pra praia". Estavamos perto da
praia que tem no benfica, realmente ,porque nao parar e ve qual é.
pedimos parada e descemos da van, porem nao sem antes ja ter feito
amizade com todo mundo que nela estava, onde descemos nao dava pra ir
andando pra praia naum, ai tinha umas mulheres que ficam sentadas em
banquinhos de madeira no pe da calçada, vendendo todo tipo de
bugingangas e claro e inlcusive cerveja e espetinho. pedimos cerveja
e coca e ficamos la tomando, esperando a candonga passar, ai foi
juntando gente fomos conversando e fazendo novos amigos , bacanas ,
legais abertos pediram pra tirar fotos nossa e conosco, foi massa de
mais tb. e é incrivel como com tanta gente de fora nesse pais, ter
contato com estrangeiros numa posiçao de igualdade pra ele é motivo de
festa e alegria. bem nossa candonga chegou fomos a praia, depois
pegamos uma lanchinha que nem a que me levava pro trabalho e fomos pra
uma ilha que ha do outro lado. ficamos la os 3 jiboiando e adimirados
porque nao tinhamos feito issso antes, por que tanto medo, tanta
desconfiança? estavamos maravilhados por estar ali, e com nossas
proprias pernas, momento meditaçao.... no fim da tarde voltamos leves
descalços e livres ...livres ... finalmente livres....
domingo 14 de setembro de 2008 conquistei com ajuda de dois
amigo-irmaos minha carta de alforria.
Containers x Carrefour (ou Vans Vão)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008
fotografia 002
Operação Candonga_v 01

Hoje, dia 14 de setembro de 2008, acordei cedo, comi um pão com geléia de amora e, como todos dormiam, fui a casa dos meninos [sávio, marcola e vitão].
O mano vitu preparava seus pãezinhos com queijo e molho.
Acordamos sávio e iniciamos a preparação para nossa aventura.
Ir a feira do Benfica de candonga.
Tentamos acordar PC, Romildo e Estêvão, mas eles não toparam.
Então saimos nós três com um único intuíto: se libertar e conhecer as peculiaridades da terra.
Sávio com seu tênis verde, bermuda quadriculada e camisa amarela do São Bento Pequeno.
Vitão com uma calça azul e uma camisa cinza e um chapeu que só nos lembrava o carnaval.
E eu com minha bermuda amarela, minha “camisola”do sport, meias azuis e meu tênis.
Os meninos levavam ainda mantimentos nas suas bolsas de costas.
Tinhamos uma pêra, uma garrafinha de água, protetor solar, máquina fotográfica.
Chegamos na portaria e nos informamos: como ir para o Benfica?
saimos a pé, felizes, caminhando até o SHOPRITE. No caminho a primeira parada.
Observar uma cena excêntrica, um homem estático sentado no meio da rua, enrolada com panos que lembravam um mendigo brasileiro.
Tentamos fotografá-lo. Ele permanecia estático.
A máquina quebrou e nada de fotos.
Com isso a estigação de captar visualmente tudo de novo aumentou e cada olhar buscava entender os significados, os não significados.
No Shoprite perguntamos a dois mangolês, que logo nos colocaram no táxi de Sonito.
Um Corolla e 50 Kwanzas pra cada e ele nos deixaria no Supermercado Mundo Verde.
Fizemos uma proposta de mais 400 Kwanzas para Benfica.
E fomos lá, com Sonito contando sua história e as histórias de Angola.
Paisagens belíssimas.
Em especial quando o passamos com o carro num filete de um rio.
Muitos carros dentro do rio sendo lavados, muita gente molhada e feliz para ir pra praia.
A feira do Benfica surgia nas nossas vistas.
Nossa expectativa era de encontrar muitas barracas, como a feira de Prazeres, em Jaboatão.
Mas não. Uma feira com umas 40 barracas, corredores bem definidos, ladeando uma grande exposição de quadros ao ar livre, instalada em um largo.
De imediato fomos surpreendidos por um angolano, o Miguel “Cebola”.
Ele nos guiou por toda feira narrando cada momento, cada detalhe, mostrando as peças que estavam a venda, nos apresentando cada vendedor, cada instrumento, e mais que isso, nos dando dicas de como comprar.
Preços muito flutuantes, aumentando ou diminuindo de acordo com a conversa, a amizade que se mostrava a cada vendedor, que pareciam personagens de uma grande peça.
Conhecemos o Zé Branco, um negro que logo que chegamos me puxou querendo trocar qualquer coisa pela minha camisa. Ele se apresentava como o único vendedor com barbicha comprida.
Me assustei um pouco com as primeiras abordagens querendo minha camisa. Mas com o tempo notei que estava numa feira de verdade, onde tudo é moeda de troca.
Escambo.
E descobri que uma das favoritas moedas são as camisolas de futebol.
Muitos brasileiros vão a feira com sacos e mais sacos de camisolas e voltam com muitas peças.
Algumas esculturas se destacaram ao meu olhar: os panos feitos a mão, muito artesanal, algumas esculturas com mulheres carregando crianças, as palancas negras, o caçador, o pensador, as mesas esculpidas com tanta delicadesa, o xadrez e a kiela, o instrumento de percussão marimba com um som muito doce e algumas máscaras.
Essas também me assustaram, pois eram muito primitivas, algumas paracendo cabeças de deuses, pessoas, monstros ou sei lá o que.
Chegou a hora de irmos embora pois já tinhamos visto tudo e a sede era grande. Nos depedimos de Cebola, referência da feira, por dialogar em várias línguas com turistas.
Fomos cuidadosamente deixados na candonga de volta.
Dentro dela o clima era muito amistoso. Alguns olhares curiosos por estarmos andando nesse transporte e não nos grandes carros, normalmente utilizados pelos turistas.
Voltavamos para casa escutando música até que tocou Vanessa da Matta, as 13:00hs.
Nos entre-olhamos e não seria preciso dizer mais nada. A felicidade e estiga de conhecer mais coisas bateu e resolvemos descer da candonga e ir a praia.
Ficamos num pequeno largo, a candonga seguiu, compramos uma coca-cola e três cervejas Cristal.
E ficamos tomando-as na beira da estrada, interagindo com os mangolês que vendiam seus produtos.
Na hora de pegar a nova candonga pra voltar pro Benfica, tiraram algumas fotos conosco felizes e nos despedimos mais uma vez.
Com essa candonga fomos para um grande vazio urbano, utilizado como terminal de passageiros. Esperavamos, tomando mais cervejas, mais um transporte, para Ramirez.
No caminho fomos apreciando a estrada, as vistas, o céu que estava o menos acinzentado desde quando chegamos em Luanda, e o grande mar que estava a nossa direita cercado por baías. Belíssimas vistas inimagináveis.
Fomos perguntados se queriamos descer na praia com um grande morro ocupado por grandes e antigos imbudeiros, com vários abrigos de palha para turistas estacionarem seus carros e ficarem num clima bem familiar, ou se gostaríamos de ir pra praia no Museu da Escravatura (?), acho que era isso.
Resolvemos ir pro Museu.
Um lugar cheio de carros. Nos perguntávamos onde estão as pessoas para tantos carros.
Rodamos e nada de turistas. Erámos os únicos.
Então resolvemos interagir. Fomos em direção as pessoas.
Asa então surgiu na nossa história, oferecendo seus serviços de travessia para a ilha do Mussulo.
Tentamos negociar para baixar dos 500 Kwanzas para 100, mas nada feito.
Compramos mais cervejas e nesse momento fomos cercados por mangolês do Prenda dizendo que erámos amigos e pedindo para pagarmos bebidas para eles.
Clima mais ostil que sentimos, pois ficamos sem muita opção.
Voltamos atrás, para falar com Asa que iríamos para Mussulo. Negociamos 300 para cada e ela nos levou, nos prometendo que lá encontraríamos “sítios” onde poderiamos comprar comidas e bebidas e fomos no barco apreciando a paisagem nova e novamente bela, de poucas construções e muitas riquesas naturais.
Pisamos na ilha as 14:30. Combinamos com Asa de nos pegar no mesmo deck que descemos as 16:30 e fomos desbravar a ilha.
Caminhada e mais caminhada e todos diziam que era muito longe o sítio de restaurantes.
Passavámos pelos terraços das grandes casas tentando arrodiar a ilha. E nada de chegar um espaço com vendinhas a beira mar. Várias casas de veraneio isoladas umas das outras por vegetação compunham o cenário. Já tinhamos tirado as camisas, os tênis, trocado as bolsas e nada de chegar então resolvemos voltar e curtir o lado familiar da ilha.
Ficamos então no deck, com os pés naquela água gelada, dividindo nossa única pêra e vendo as crianças pularem do deck no mar gelado, numa brincadeira que não tinha fim.
Depois de muito avistamos Asa trazer mais um turista e chegou a hora de voltarmos.
Atravessamos de volta o mar, e fomos pra beira da estrada pegar nosso transporte de volta.
Uma candonga cheia de história vivida pra contar parou. Faltavam retrovisor, algumas partes da lataria, alguns buracos no banco mas muita alegria, muita música, Socorro (banda Angolana) e muita diversão.
Por sorte essa mesma foi expressa até o Supermercado Mundo Verde.
Agradecemos a companhia das pessoas e ficamos descemos com apenas 2000 Kwanzas no bolso e mais uma candonga a pegar.
Descalços até agora, com sorrisos nos rostos, e felicidade exalando tentamos pegar carona.
A primeira tentativa não deu certo.
Um carrão vinha com duas mulheres dentro.
Não querendo desistir mas meio sem esperança acenamos por carona.
E elas pararam.
Iam pro Belas Shopping, pro cinema.
Perfeito.
Descemos lá e fomos caminhando felizes e completos por esse dia tão lindo que vivemos.
No caminho de casa ainda cruzamos com uma “matilha” de bicicletas que circulavam pelas ruas.
Interagimos mais um pouco e quase saimos com uma bicicleta.
Continuamos e chegamos em casa.
Cansaço imenso de tanta informação.
Almoçamos e passamos o resto do dia borestando.
sábado, 13 de setembro de 2008
Capítulo IV - Vendem-se Sonhos

-Alô?!
-Benção, painho?!
-Deus te abençoe, Deus te faça feliz, Deus te proteja!
-Feliz dia dos pais!
...
terça-feira, 9 de setembro de 2008
1 mês
Pôr-do-sol e cortina fechada
A máquina continua trancada na mala
Fantástico na segunda e jornal de dias atrás, tanto faz...
domingo, 7 de setembro de 2008
Capítulo III - Dia dos Pais

Depois disso seguimos até outra sala onde uma mulher recepcionava a maior das parte pessoas gritando: Odebrecht! Odebrecht!
Seu nome era Wilman. Simpática, comunicativa e com os cabelos pintados de loiro. Naquele domingo, ela seria a pessoas que nos acompanharia durante nossas primeiras impressões daquela cidade.
Do aeroporto, ela nos levou ao local onde iríamos trabalhar nos próximos meses. Pelo caminho, fui vendo, pela janela da van, a cara de Luanda. Uma cidade em reconstrução, ficando com aspecto agradável, mas ainda era possível ver algumas marcas. Feridas de uma guerra que parece ter ficado pra trás.
Pessoas pala cidade e nas pessoas um olhar diferente. Esses olhares não eram de raiva, ódio, nem de medo, nem de felicidade. Ainda não consegui entender o queriam dizer.
Seguindo adiante vi prédios inacabados, mas ocupados. Parece que alguém teve que abandonar rapidamente aquelas obras.
Pessoas vendiam de tudo na rua. Não vi fome, nem doença na cara de ninguém.
Chegando ao local onde iríamos trabalhar, Wilman nos levou direto pro refeitório. Estávamos com fome. Sentamos todos à mesa, pegamos pão, queijo, presunto, suco de pêssego e comíamos em silêncio.
Levantei o copo e fizemos um brinde. Era dia dos pais.
sábado, 6 de setembro de 2008
O FATO DA EPOPÉIA CASAMENTÍCIA

quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Capítulo II - Boeing-747

O avião que nos trouxe até Angola era um Boeing-747. Tinha mesmo que ser grande pra levar tanta gente. A maior parte trabalhadores da construção civil.
Todos os sotaques a bordo. Brasileiros de todos os lugares. Alguns olhavam tudo com se aquilo fosse uma grande e maravilhosa novidade, eu era um desses, outros só queriam passar pelos corredores estreitos e congestionados, achar seus assentos, esperar pelo jantar mixuruca e dormir. Observando aquilo, por alguns instantes tive a certeza que não estava indo pra a Disneylândia.
Foram sete horas de vôo e a maior parte acompanhei atento. Até cochilei, mas uma ou outra turbulência me acordava. E assim íamos, eu e todos, naquela viagem longa e cansativa.
Não senti saudade durante o vôo, isso só vim sentir dias depois em solo africano.
O comandante do vôo anuncia a aterrissagem. O dia estava nublado, só vimos o sol quando ainda estávamos acima das nuvens. Lá em baixo, nem calor, nem frio. Nenhum abraço a me esperar.
Abriu-se a porta, vi uma cidade cinza e uma escada pra descer. Passa a passo, degrau após degrau.
Não sei o motivo, mas me senti orgulhoso de estar ali. Desci sorrindo pelo canto da boca e pensando em minha mãe e em meu pai...
Meu pé direito pisou primeiro na África.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
domingo, 31 de agosto de 2008
Capítulo I - Museu de Novidades

Depois das despedidas, já na sala de embarque, ainda dava pra ver minha mãe, meu irmão e alguns amigos, mas já havia o Atlântico inteiro entre nós.
Diário de bordo:
De Recife até Salvador fui sentado entre Vitor e André. Cada um com o olhar mais vago que o outro. Tentávamos distração, mas era certo que após algumas risadas viriam longos silêncios onde cada um pensava no futuro e lembrava do passado de minutos atrás.
Assim que embarcamos no segundo vôo, o sono já era mais forte e André babava na camisa. No outro lado uma moça loira, alta, magra e natureba que puxou assunto comigo:
-Você é de Salvador?
-Não, de Recife! E Você?
-Do RJ, Angra. Vim a Bahia pra meditar numa praia, mas acabou que meu vôo atrasou e nem deu tempo de ir. Tive que voltar!
-Ah!
-Onde você vai ficar no Rio?
-Tô indo pra Angola. O Rio é só uma escala.
-Que legal!
-É...
Ela me deu um panfleto de um local pra meditação em Angra e virou-se. Agora era eu quem estava com sono. Dormi.
Chegamos ao Rio de janeiro, já cansados, e ainda tínhamos seis horas de espera e mais sete horas de vôo até Luanda.
Já havia visto André escrevendo coisas no seu caderno, provavelmente coisas mais sentimentais que isso que escrevo agora. Pensei em escrever como ele, mas aquilo tudo pra mim ainda era normal apesar da carga emocional que havia.
O avião que nos trouxe até a África tinha acabado de chegar. É aí que começa de verdade a história que eu quero contar!
fotografia 001
rente ao sobre-cú de minha mãe
onde um sem número de borboletas
descansam em minhas costas,
todos os teus sorrisos distantes
parados em minha confusão.
foi pra te ver que parei meu dia.
sábado, 30 de agosto de 2008
A SAGA DA MORTE DE SEU ANGOLA
Eram seis e dez da manhã,
o céu se encontrava nervoso
sem nuvens as garças permaneciam em pouso por sobre os blocos
concretos tingiam de cinza a paisagem
impossibilidade de distinção
terra rubro, mar preto,
e o céu
aquele mesmo que seu angola teimava em olhar estático
o ponteiro do relógio girava
enquanto as pessoas circulavam
coloridas como nada que as cercavam
as cartas
passando de mão em mão
vez ou outra um novo adereço comestível era saboreado
a negra velha repousara a porta
saia e blusa expunham a criançada a se mover
entre palhoças e bancos todos confraternizavam
seu angola a ver novos rostos cansados a sua frente
tudo parecia muito dinâmico para seu angola
em especial a certeza que amanhã outro céu,
outra nuvem há de passar e,
outro "seu angola" estará a olhar o vazio.
A SAGA DA MORTE DE SEU ANGOLA
*ritual de velório angolano
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Nós no Futuro

Lula Queiroga
Mama, olha eu no futuro
Mandando um abraço
Pelo cyberespaço
Mama, eu não faço mais besteira
Tá tudo mudado
Eu virei
Vagabundo globalizado
Mama, eu tô virado,
Mesmo que qualquer distância
É menor que a saudade
Mama, hoje tem batuque no terreiro
Já tô avisado,
Eu virei
Vagabundo considerado
Um siderado brasileiro
Eu no futuro, mama olha eu
Eu no futuro, mama olha eu
Mas tem miséria igual
Minha janela dá prum céu escuro
Mas aqui é o futuro
E se eu abro a torneira
A água voa
E as panelas saem prá passear
Sob a garoa
Mama, eu tô a toa,
Mas quando eu penso em você
Eu tô seguro